Aumento no custo da transmissão provoca aumento na conta de luz, resultados da reestruturação da empresa serão percebidos nos próximos anos

Energia - 10/07/2017 às 12h31

Entraram em vigor no dia 29/06 as novas tarifas da Cocel. Os valores são determinados pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, que leva em consideração os custos e investimentos realizados pela concessionária no último ano. Na média, levando em consideração as diferentes classes de consumo e o tipo de fornecimento, o reajuste será de 13,34%. Os serviços regulamentados pela ANEEL, como religações e vistorias, também tiveram os valores atualizados.

O fator determinante para o aumento na tarifa foi o preço do transporte de energia – que cresceu 70,86% no último ano. Este aumento reflete as mudanças provocadas pela Lei Federal 12.783/13, aprovada pela então presidente Dilma Rousseff. Na época, as tarifas de energia foram artificialmente reduzidas com base na redução de pagamentos de usinas e linhas de transmissão. A indenização às transmissoras começa a ser paga agora. No início de 2017 a ANEEL aprovou a metodologia da remuneração das transmissoras – que devem receber R$62,2 bilhões no prazo de oito anos. O custo deste pagamento devido às transmissoras será rateado entre todos os consumidores do país e varia conforme o mercado de cada concessionária.

Falta de investimentos causou impacto maior para a Cocel

Dos 13,34% de reajuste, 6,06% são causados pelo aumento dos custos com a transmissão. O impacto deste custo na tarifa da Cocel foi maior que na tarifa de outras concessionárias porque a Companhia atualmente recebe energia em tensões mais baixas – o que encarece o transporte da energia.

Em 2015 a Companhia adquiriu a subestação DCL (localizada na Rondinha), mas não foram realizados investimentos para que a subestação pudesse ser totalmente aproveitada. Se passasse a receber energia em tensão mais alta a compra de energia e os custos de transmissão seriam mais baixos.

Resultados da reestruturação da empresa serão percebidos nos próximos anos

Para o cálculo do reajuste deste ano a ANEEL levou em consideração os custos e investimentos do ano anterior. A diretoria da Cocel, que assumiu a gestão da empresa em janeiro de 2017, informa que todas as medidas possíveis estão sendo tomadas para que o próximo reajuste seja muito menor. Os investimentos na subestação DCL, que possibilitará a compra de energia em tensões mais altas, são prioridade. A conclusão desta obra refletirá no custo do transporte, e consequentemente no valor da tarifa.

Além de buscar a redução no custo do transporte da energia, a diretoria da Cocel também está trabalhando para comprar energia mais barata. Atualmente a Companhia compra energia no mercado regulado, com tarifas determinadas pela ANEEL. Os estudos para migração da compra para o mercado livre já foram iniciados, o que possibilitará a compra através de leilões. Mesmo sujeita às variações de preço de mercado, a tendência é que a compra através de leilões possibilite que a energia seja adquirida a custo mais baixo – o que deve refletir na tarifa de energia nos próximos anos.

Os custos que são gerenciáveis pela Cocel, como mão de obra e compra de materiais, reduziram 2,61% com relação ao ano anterior. Se dependesse apenas dos gastos que são totalmente administrados pela Companhia o reajuste deste ano seria negativo. Desde o início do ano a Cocel está passando por uma grande reestruturação, administrativa e técnica.

Para saber os valores das novas tarifas, clique aqui.

10/07/17